A seletividade alimentar é quando a criança recusa alguns ou muitos alimentos ou quando têm preferências alimentares muito restritas. Com isso ela come pouca variedade e é vista como “difícil para comer”, deixando a mãe preocupada com sua alimentação.
Mas será que ela tem cura? Não considero a seletividade uma doença, mas também não é um quadro normal de uma pessoa com alimentação saudável. O ideal é que a criança se alimente bem, com todos os grupos alimentares, garantindo bom crescimento e desenvolvimento.
Geralmente, ela surge em crianças maiores de 2 anos. Antes disso, não podemos afirmar que é seletividade, pode ser apenas uma recusa. Identificar a fase em que ela aparece é indispensável para saber o que fazer. Assim ela vai passar de maneira mais tranquila e rápida possível.
Mesmo que a criança tenha mais de 2 anos, é possível sim tratar e reverter essa seletividade. Porém, um hábito alimentar saudável não se ensina de um dia para o outro, é preciso dedicação e persistência da família. Você vai precisar também de paciência e trabalhar todos os dias para acabar com essa seletividade.
Como lidar com a seletividade
Alimentação saudável não significa apenas comer saudável, mas também ter um comportamento saudável e uma relação saudável com a comida. Quando a criança é seletiva, ela não tem essa boa relação.
como superar a seletividade alimentar em crianças
Aliás, a alimentação infantil é como uma montanha russa, são várias fases com oscilação, e numa delas a seletividade aparece. É preciso conhecer a fase em que seu filho está para saber como agir. Nessa idade, aos 2 anos, as crianças estão testando a autonomia a todo momento, e podem dizer não para qualquer coisa.
Saber lidar com a seletividade é fundamental para que esse quadro passe o mais rápido possível sem deixar nenhum trauma. Sim, existem crianças que ficam com traumas porque quando não querem comer, os pais obrigam e chegam até forçar a limpar o prato.
Isso é uma das coisas que você nunca deve fazer. Você deve ensinar hábitos alimentares pensando no futuro. Não se preocupe se ela vai comer tudo hoje ou raspar o prato. A criança tem que aprender a se relacionar com a comida de forma saudável agora, mas pensando lá na frente.
Veja também: Seletividade alimentar infantil: o que é e como agir
Principais erros dos pais
Eu sei que quando o filho não quer comer, as mães ficam aflitas e desesperadas. Ouço de muitas mães que elas já fizeram de tudo para o bebê comer. Confesso que isso me assusta, porque no desespero, elas acabam cometendo erros que podem piorar a situação.
Confira alguns deles:
- Deixar a criança com fome: criança seletiva não come, então não adianta deixar ela com fome.
- Substituir é um caminho sem volta: se você fizer uma vez, ela vai saber que das próximas vezes pode recusar aquele alimento porque vai ter outra que ela gosta mais para comer.
- Oferecer todo dia o mesmo alimento: já que ela come bem macarrão, vamos comer todos os dias. Isso só vai piorar e deixar a criança mais seletiva. Ela só vai querer comer macarrão.
Veja também Neofobia alimentar em crianças
Nada disso vai solucionar o problema da seletividade.
Como tratar crianças maiores de 2 anos
Veja algumas dicas que funcionam e vão ajudar a lidar com a seletividade alimentar do seu filho:
1 – Não coloque rótulo no seu filho. As mães têm costume de rotular a criança e depois a criança assimila aquilo como uma verdade e acredita. Assim, evite frases como estas:
“Meu filho não come nada.”
“Minha filha não gosta disso, nem precisa oferecer.”
“Ele é tão chato para comer”.
2- Exponha os alimentos para a criança. A criança precisa conhecer o alimento para experimentar e ele vai conhecer melhor através de atividades lúdicas, como no supermercado, em desenhos, nos brinquedos e livros. Não é porque ele recusou beterraba uma vez que você nunca mais vai oferecer beterraba. Se ela não vê o alimento no dia-a-dia, ela não vai comer, tem que apresentar de outra forma.
3 – Faça preparações diferentes. Ofereça uma torna ou um suflê, algo que tenha um alimento que ela goste junto com o que ela recusa. Mostre a ela os alimentos e incentive a comer.
4 – Seja exemplo. Seu filho não vai comer frutas se você não come. Ela tem que ver a família comendo também, isso transmite segurança. E tem mais, os filhos imitam muito os pais em várias coisas, entre elas, nos alimentos.
5 – Procure ajuda profissional. Quando a seletividade começa a ficar mais série e prejudicar o desenvolvimento da criança, recomendo que a mãe procure ajuda profissional.
Paciência e trabalho diário
Para acabar com a seletividade alimentar do seu filho, você vai precisar de paciência, tempo e dedicação todos os dias. Siga essas dicas e se empenhe de verdade, sem ficar nervosa ou frustrada. A criança sente o que a mãe sente. Se ele não come e você fica aflita ou brava, ele também vai ficar.
Além disso, não será do dia para noite que o seu filho vai aprender a comer e vai aceitar todos os tipos de alimentos. Então, não force nem obrigue ele a comer tudo. Garanto que vai ser muito pior.
Tenha um olhar mais sensível e saiba como acolher essa criança. Mesmo a criança que teve uma boa introdução alimentar, pode passar por isso. Ela vai selecionar e você não pode deixar de lado o seu papel de educar.
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