Seletividade alimentar infantil é quando o bebê recusa alguns alimentos, tem falta de apetite e pouco ou nenhum interesse pelos alimentos. Não é normal, mas pode acontecer com qualquer criança por volta de 1 ano.
Quando a criança é seletiva, ela tem preferências alimentares muito restritas. Com isso, ela não se motiva a comer determinados alimentos.
Sabe quando alguém diz sobre o filho: “Ela é chata para comer”. Então, provavelmente essa criança tem seletividade alimentar. A criança quer escolher o cardápio e pode não ser receptiva a novos alimentos.
Ela é mais comum em crianças a partir de 2 aninhos e bastante comum em crianças em idade pré-escolar. Pode até acompanhar a pessoa até a adolescência e idade adulta.
Quando a seletividade aparece
Os bebês iniciam a introdução alimentar por volta dos 6 meses. Nesta fase é tudo novo! Ele conhece os alimentos, aprende como comer e como mastigar e assim descobre o mundo dos alimentos.
A introdução deve ser feita do jeito certo, assim o bebê se alimenta bem, comendo todos os nutrientes que precisa na quantidade certa.
Quando ele faz 1 ano, a situação pode começar a mudar. Geralmente, a seletividade alimentar infantil começa a aparecer nesta fase. Até então, ele estava aprendendo e conhecendo os alimentos, seus sabores, consistências e texturas.
Agora, ele já quer escolher o que vai comer e recusa alguns alimentos pelos quais não tem preferência, principalmente verduras, legumes e frutas.
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Por que a recusa acontece
Essa diminuição no apetite e recusa alimentar se deve ao fato de que o bebê não precisa mais da mesma quantidade calórica que antes.
Quando é recém-nascido, o bebê necessita de mais calorias, por isso ele mama bastante. Depois do sexto mês, inicia a introdução dos novos alimentos, ele aceita bem e tudo vai bem.
Quando ele completa 1 ano essa necessidade de calorias diminui, por isso ele não come mais como antes. O ritmo de crescimento do bebê fica mais lento, com menor necessidade energética e, consequentemente, menos apetite.
Ele não vai mais ganhar peso como ganhou até então. A natureza é perfeita e o bebê sabe a necessidade que ele precisa, por isso o apetite diminui. Por outro lado, se a quantidade diminuiu, devemos ter mais atenção com a qualidade dos alimentos, que deve se manter a mesma.
Hábitos da família
Além do gasto calórico menor que o bebê precisa, outros fatores também podem desencadear a seletividade alimentar infantil. Separei 4 razões para você entender melhor:
1 – Papinhas liquidificadas
Papinhas batidas no liquidificador, com vários alimentos misturados, ou peneiradas, não são recomendadas durante a introdução alimentar. Isso porque o bebê precisa conhecer cada alimento individualmente, assim como seu sabor, textura e cheiro.
Quando você mistura tudo, ele não reconhece o que está comendo. Tem gosto de papinha e textura de papinha. Para ele é mais fácil comer, basta engolir. Para a mãe também é satisfatório, porque ela vê o filho comendo bem.
Por outro lado, a criança não está tendo nenhum aprendizado efetivo dessa forma. A longo prazo, sem estimular a mastigação do bebê, isso pode provocar dificuldade na fala, na própria mastigação e, consequentemente, seletividade alimentar, já que ele não vai conseguir comer determinados alimentos.
2 – Paladar doce
O açúcar é um dos alimentos proibidos para crianças menores de 2 ano. Mesmo assim, é comum ver pais oferecendo sucos, bolachas, iogurtes e outros alimentos que contém açúcar na fase de introdução alimentar.
Antes dos 2 anos a criança ainda não tem o paladar formado, e se você oferece antes, o açúcar pode viciar o bebê. Logo, ele atrapalha a aceitação de outros alimentos, deixando a criança seletiva.
3 – Monotonia alimentar
Um dos itens mais importante da introdução alimentar é a variedade e qualidade dos alimentos oferecidos ao bebê nessa fase. Ou seja, não é a quantidade que importa, mas sim oferecer alimentos de verdade, como frutas, verduras e legumes, variando sempre.
Muitas vezes, se o bebê aceita bem o ovo, por exemplo, e não muito bem a carne e o frango. A mãe insiste em oferecer o ovo todo dia para garantir que o filho coma a proteína, mas isso não é saudável.
Tem que variar, porque daqui há alguns anos, ele será seletivo e pedirá ovo todos os dias. Sem querer, você o deixou seletivo por fazer a vontade dele.
4 – Falta de exemplo
Como você quer que o seu filho coma brócolis se você não come? Como quer que ele coma frutas, se você também não come. Na infância, nós pais somos o exemplo de nossos filhos. Eles aprendem muito mais observando o que nós fazemos.
Por isso, se você quer que o seu bebê se alimente bem, seja exemplo. Faça as refeições junto com a criança, garanta que esse momento seja agradável e coma de modo saudável também.
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Veja também: 4 dicas para lidar com a seletividade alimentar
Lidando com a seletividade
A recusa é mais comum com verduras, legumes e frutas. Muitos pais procuram ajuda porque a criança comia bem, mas agora não aceita mais alguns alimentos e eles não sabem o que fazer.
Não adianta ficar desesperada nem ansiosa para o seu filho comer mais e melhor. A seletividade é um tema que merece a atenção dos pais, mas não vai deixar seu filho desnutrido.
É preciso ter paciência e agir com respeito e persistência com a criança. A seletividade pode ter surgido por alguma falha durante a introdução alimentar. Por isso essa fase é muito importante para a criança crescer com hábitos alimentares saudáveis.
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