Neofobia alimentar infantil é quando a criança tem medo de um alimento novo. Neo é novo e fobia é medo. Nesses casos, ela rejeita os alimentos que não conhece ou que causam fobia. É importante respeitar esse medo e buscar tratamento para evitar futuras carências nutricionais e reverter o caso.
Geralmente, a neofobia acomete crianças entre 3 e 6 anos. O medo em relação ao alimento impede que ela o segure na mão, sinta o cheiro e o gosto. Ela tem medo de qualquer contato. Ela só vai aceitar o alimento quando sentir segurança e confiança.
Neofobia x seletividade alimentar
Muitas pessoas confundem a seletividade com a neofobia. Os dois são transtornos alimentares, nos quais a criança recusa os alimentos. O primeiro, é mais fácil de superar, pode aparecer em algumas fases e a criança não come alguns alimentos.
A neofobia é mais séria, pois a criança realmente tem medo. O diagnóstico e a ajuda da família são fundamentais.
Nos dois casos, os pais não devem encarar como uma fase e que isso vai passar. Pode até ser uma fase, mas esperar passar sem fazer nada não ajudará a criança. Existe tratamento, mas não será de um dia para o outro que ela vai começar a aceitar os alimentos novos. Exige dedicação, paciência e tempo de toda família.
Causas da neofobia Alimentar
Muitas razões podem acarretar no surgimento na neofobia alimentar infantil. Entre eles:
- Introdução alimentar errada: a introdução alimentar de uma criança é uma fase importantíssima para ela adquirir hábitos alimentares saudáveis e conhecer os alimentos. Assim, se ela não for bem-feita, poderá causar prejuízos, como a neofobia, no futuro.
- Hereditariedade: se os pais tiverem alguma neofobia, muito provavelmente, a criança herdará esse medo. Até porque, provavelmente nesse caso, a família não expos o filho ao alimento.
- Paladar: se a criança formou seu paladar mais voltado ao doce, dificilmente ela aceitará bem alimentos com sabor muito diferente do doce. Isso se deve aos hábitos adquiridos até aqui. Por isso é fundamental conhecer os alimentos individualmente e seus sabores.
- Monotonia alimentar: muitos pais oferecem, por exemplo, macarrão todos os dias porque é um alimento que o bebê aceita bem. Dessa forma, inconscientemente, eles estão criando uma barreira a aceitação dos novos alimentos.
- Experiência: a neofobia também pode ser causada por uma experiência ruim da criança. Pode ter acontecido dela ter passado mal após consumir algum alimento e agora ela relaciona as duas coisas.
Como tratar Neofobia alimentar
O tratamento existe, mas não é de um dia para o outro. Pelo contrário, demora mais para superar a neofobia que a seletividade alimentar. Neste caso, precisa de muita dedicação de toda a família para reverter o caso e ensinar educação nutricional a criança.
A princípio, para tratar a neofobia, os pais devem:
- Expor a criança ao alimento – não basta colocar no prato e esperar ela comer. A criança tem que ter contato e conhecer os alimentos de outra forma antes de querer que ela coma. Exemplos: através de brinquedos, historinhas, desenhos animados e imagens para pintar. Você também pode levá-la junto para comprar ou convidá-la a participar do preparo das refeições.
- Seja o exemplo – os pais precisam ser exemplo, porque quando ela ver eles comendo, vai ter mais segurança.
- Não coloque rótulo – nunca rotule uma criança. Dessa forma, de tanto você falar “Ela não gosta de melancia”, ela não vai gostar mesmo.
- Continue comprando – não é porque ela recusou uma ou duas vezes que você vai deixar de comprar. Logo, ela deve ver esse alimento com frequência.
- Inove nas preparações – tente oferecer o alimento recusado em diferentes receitas. Não esconda, mostre que o bolo de cenoura que a criança tanto gosta, contem cenoura.
- Procure ajuda profissional – um profissional, como um nutricionista infantil, vai ensinar estratégias do que fazer nesse caso.
Não espere a neofobia passar sozinha
A neofobia é um transtorno que merece atenção e precisa de tratamento. Com o tempo, ela pode deixar a criança desnutrida, com falta de várias vitaminas e micronutrientes e baixa imunidade.
Não acredite que é apenas uma fase e que vai passar sozinha. No futuro, ela vai aceitar cada vez menos alimentos, comprometendo seu desenvolvimento.
Logo, se você quer que o seu filho tenha uma alimentação saudável a vida toda, precisa começar hoje a agir. Vai depender de você e não importa se a criança tem 2, 4 ou 7 anos, sempre é tempo de corrigir.
Para isso, o ambiente familiar é importantíssimo. Conhecendo aos poucos os alimentos, de diferentes formas como foi abordado aqui, a criança vai aprender e adquirir confiança e segurança em relação aos alimentos, acabando com a neofobia alimentar.
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