Mitos e verdades sobre a criança que seleciona os alimentos

Dra Camila Garcia

Dra Camila Garcia

Será que o seu filho seleciona os alimentos? Existem muitos mitos que envolvem a seletividade alimentar infantil, muitas vezes nem se trata de seletividade. Por isso conhecer o tema é muito importante se você quer garantir hábitos alimentares saudáveis para o seu filho. 

Meu filho rejeita alimentos o que fazer?

Antes de mais nada, saiba que antes dos 2 anos não podemos afirmar que uma criança é seletiva. Nessa idade a criança está na fase de introdução alimentar, conhecendo os alimentos. Logo, se o seu filho não come algum alimento, é mais provável que seja apenas uma recusa momentânea.

A seletividade propriamente dita se instala a partir dos 2 anos e é quando a criança tem dificuldade de aceitar alguns alimentos e grupos alimentares inteiros, como da proteína ou das frutas. Pode acontecer também dela recusar uma grande quantidade de alimentos e isso vai interferir nutricionalmente no seu desenvolvimento.

Mitos da criança seletiva

É importante saber distinguir a recusa da seletividade. Para ajudar você a identificar, listei abaixo os principais mitos que rondam esse tema:

Tipos de alimentos para evitar na seletividade alimentar infantil

1 – Deixa a criança com fome que ela vai comer. É muito comum ouvir isso, inclusive de profissionais da área de saúde. Não é bem assim. Criança seletiva de verdade não come mesmo com fome. Não caia nessa de deixar seu filho por longos períodos sem comer, porque ele não vai comer e você vai ficar mais preocupada, mais frustrada e sem saber o que fazer. Então não adianta.

2 – A seletividade só acontece com frutas, verduras e legumes. Não é verdade, isso pode acontecer com outros grupos alimentares também. Existem ainda crianças que preferem alimentos pastosos, líquidos ou batidos, trata-se de uma seletividade de textura. Assim, não é só com grupos específicos.

3 – Abridores de apetite. Infelizmente algumas mães acham que a criança precisa de uma ajuda para aceitar os alimentos e nutrientes, mas não é bem assim. Abridor de apetite ou remédio para ajudar a ter mais vontade de comer pode até fazer a criança comer, mas não necessariamente de forma saudável.

Neofobia e Seletividade alimentar

É isso que você quer? Que o seu filho coma qualquer coisa só para dizer que comeu ou que ele se alimente de forma saudável? Na maioria das vezes, esses abridores de apetite não funcionam, por isso não caia nessa de que precisa colocar alguma vitamina para a criança querer comer.

criança e bebê seletiva alimentar

A seletividade não é genética

4 – Ela não come porque o pai não come. É comum também ouvir falar que uma criança não come carne, por exemplo, porque o pai, ou a mãe, também não come, que é genético. Alimentação não é genética, alergias e intolerância até pode ser, mas seletividade não é genética, é principalmente comportamental.

Guia completo de introdução alimentar

Se a criança não vê os pais comendo, a chance de ela não comer também é grande, porque ela não está sendo exposta ao alimento, não está tendo contato para conhecer. Então não vai comer mesmo, mas não é genético.

5 – É fase e vai passar. Esse é o mito que mais ouvimos por aí. “Não se preocupa, ele vai voltar a comer de tudo, é fase”. Pode ser uma fase sim, mas se você não fizer nada diferente, essa fase não passa. 

É necessário criar estratégias para a criança seletiva comer e não esperar passar. Caso contrário, pode piorar. Se você não souber lidar com essa situação a criança vai cada vez mais aceitar menos alimentos e piorando até, por exemplo, comer somente dois tipos de alimentos, como macarrão e leite.

Dessa forma, não deixe isso se agravar. Quando você perceber que a seletividade está se instalando, busque informação e ajuda profissional e faça o que precisa ser feito.

Veja também: Mitos sobre a seletividade alimentar

Criança seletiva precisa de ajuda

Quanto tempo você vai esperar para procurar ajuda ou se informar sobre seletividade para ajudar o seu filho? Assim que você identifica que a criança é seletiva, já deve tomar as primeiras ações para que isso passe rápido e de forma tranquila.

Provavelmente isso aconteceu porque você não sabia, não tinha informação, por isso a ajuda profissional vai te ajudar. Você vai saber o que fazer.

Alimentação infantil não é brincadeira, é coisa séria. É preciso educar nossas crianças nutricionalmente, não ignorar e achar que está tudo bem, que é fase e vai passar. Não! Vamos educar da melhor maneira possível. Sempre dá tempo, não interessa se o seu filho tem 4, 5, ou 10 anos.

Agora é hora de fazer isso. Ele tem uma vida inteira pela frente. Como você quer que ele cresça? Criança aprende muito mais rápido que adulto. Fique atenta e saiba o que fazer para essa seletividade não se instalar.

Coloque alimentos na rotina da criança, para ela brincar e interagir, e incentive. Você vai ver que essa fase vai passar muito mais rápido e tranquilamente.  Nós temos que ajuda-las e não ignorar, achando que é fase e que vai passar sozinha. Se o seu filho já é seletivo e seleciona os alimentos, não desista.

No curso Meu Filho Comendo Bem tem muito conteúdo sobre isso e muito mais para ajudar seu filho a comer melhor.

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